quarta-feira, 31 de março de 2010
terça-feira, 30 de março de 2010
Contos de Sal e Ouro - I
Já fazia quase um mês que o Chevalier singrava as águas do Mar das Serpentes, e foi com grande alívio que a tripulação exausta avistou o horizonte, preenchido pela sombra esverdeada das terras de Iroko onde iriam desembarcar.
A Capitã Mariette olhou mais uma vez o mapa encardido na luz da manhã que entrava na cabine. Franziu a testa e pegou a luneta para observar pela janela, analisando o relevo da região. Voltou então ao papel e rabiscou algumas anotações até que bateram á sua porta.
- Entre!- ela falou, e o Imediato Parker, um rapaz de cabelos ruivos encaracolados, abaixou o chapéu em uma reverência tímida antes de se aproximar - Como tão as provisões? - a capitã perguntou sem tirar os olhos da carta náutica, o indicador e os olhos azuis acompanhando o contorno da costa.
- Quase no fim capitã, estamos tendo que usar a reserva - disse o garoto - há uma semana que só comemos biscoito de aveia e bebemos rum com água. Até mesmo os ratos do porão estão famintos.
- Você não mexeu na MINHA reserva de rum, mexeu? - disse a mulher morena com um olhar ameaçador.
- N-não - Parker gaguejou - Mas...é muito estranho, desde que essa viagem começou ninguém conseguiu pescar um único peixe no navio! Nem mesmo uma única tainha ou caranguejo... parece até que os cardumes fogem do Chevalier, já tem gente falando em maldição...
- As coisas tão estranhas desde o incidente em Pourt-Mouss, e é por isso que estamos aqui, lembre-se disso! - replicou Mariette - nós tamos recebendo uma boa grana pra saber de onde veio aquele navio cheio de defunto, e a chance de topar com coisa do além faz parte do investimento.
- Eu sei... - murmurou Parker, suspirando e olhando de lado - mas... estou preocupado também com a comida do nosso... guia... ouvi dizer que eles comem gente...
- Deixa de ser frouxo, Parker! Ele tá trabalhando pra nós, não vai engolir nenhum tripulante! Cê tá dando muita corda praqueles velhos dementes do porão!
- Sim, mas... ele fica o dia inteiro no convés, bem debaixo do sol... totalmente imóvel, mas com aqueles olhos horrendos abertos, sem piscar... sem falar que de noite ele fica caminhando pra lá e pra cá, arrastando aquela... cauda dele...
- Você é um covarde! Ele é um lagarto, cê queria o quê? - A capitã voltou a fixar os olhos no mapa - Sangue frio, seu cagão!
- Bem, eu espero que nós cheguemos logo ao local e a tripulação caçe alguma coisa pra ele comer... só por precaução, antes que ele fique irritado...
- Não se preocupe, donzela indefesa! - respondeu Mariette enquanto marcava um ponto no mapa - Isso não vai demorar...
A Capitã Mariette olhou mais uma vez o mapa encardido na luz da manhã que entrava na cabine. Franziu a testa e pegou a luneta para observar pela janela, analisando o relevo da região. Voltou então ao papel e rabiscou algumas anotações até que bateram á sua porta.
- Entre!- ela falou, e o Imediato Parker, um rapaz de cabelos ruivos encaracolados, abaixou o chapéu em uma reverência tímida antes de se aproximar - Como tão as provisões? - a capitã perguntou sem tirar os olhos da carta náutica, o indicador e os olhos azuis acompanhando o contorno da costa.
- Quase no fim capitã, estamos tendo que usar a reserva - disse o garoto - há uma semana que só comemos biscoito de aveia e bebemos rum com água. Até mesmo os ratos do porão estão famintos.
- Você não mexeu na MINHA reserva de rum, mexeu? - disse a mulher morena com um olhar ameaçador.
- N-não - Parker gaguejou - Mas...é muito estranho, desde que essa viagem começou ninguém conseguiu pescar um único peixe no navio! Nem mesmo uma única tainha ou caranguejo... parece até que os cardumes fogem do Chevalier, já tem gente falando em maldição...
- As coisas tão estranhas desde o incidente em Pourt-Mouss, e é por isso que estamos aqui, lembre-se disso! - replicou Mariette - nós tamos recebendo uma boa grana pra saber de onde veio aquele navio cheio de defunto, e a chance de topar com coisa do além faz parte do investimento.
- Eu sei... - murmurou Parker, suspirando e olhando de lado - mas... estou preocupado também com a comida do nosso... guia... ouvi dizer que eles comem gente...
- Deixa de ser frouxo, Parker! Ele tá trabalhando pra nós, não vai engolir nenhum tripulante! Cê tá dando muita corda praqueles velhos dementes do porão!
- Sim, mas... ele fica o dia inteiro no convés, bem debaixo do sol... totalmente imóvel, mas com aqueles olhos horrendos abertos, sem piscar... sem falar que de noite ele fica caminhando pra lá e pra cá, arrastando aquela... cauda dele...
- Você é um covarde! Ele é um lagarto, cê queria o quê? - A capitã voltou a fixar os olhos no mapa - Sangue frio, seu cagão!
- Bem, eu espero que nós cheguemos logo ao local e a tripulação caçe alguma coisa pra ele comer... só por precaução, antes que ele fique irritado...
- Não se preocupe, donzela indefesa! - respondeu Mariette enquanto marcava um ponto no mapa - Isso não vai demorar...
Tubarão Caolho, yahhr!
Yo-ho amigos, sejam bem-vindos ao Tubarão Caolho!
<,,º))b))-<
Esse é um blog sobre maravilhas ocultas, histórias escabrosas, culturas exóticas e também alguns pequenos devaneios regados a rum.
Sintam-se á vontade e segurem-se no convés pois viajar é bom e aqui viagem é o que não falta!
<,,º))b))-<
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Sintam-se á vontade e segurem-se no convés pois viajar é bom e aqui viagem é o que não falta!
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