No Posto 7 de Maceió há um pequeno lago cercado por coqueiros e pela grama verdinha, famosa por juntar bastante gente "alternativa" nos finais de semana. Esse lago fica na frente de um hotel, mas não é exatamente uma atração turística, já que sua água é preta como asfalto novo e até onde eu lembre não abriga nenhuma forma de vida. O laguinho poluído possui alguns esconderijos de vegetação em seu redor que á noite são usados por bêbados como banheiro e por casais como um ninho de amor com cheiro de rato morto. Mas foi numa tarde desocupada que descobri que as águas tingidas de xorume também possuiam propriedades estranhas e obscuras.
Naquele dia após o colégio eu estava saindo com alguns velhos amigos que estudavam no Cefet. Não era algo comum ir para aquele lugar com o sol ainda a pino e em um dia de semana, mas éramos estudantes felizes sem muito com o que se preocupar, e ainda havia bebida no meio.
Por volta das três, quatro horas estávamos tomando vinho recostados em um coqueiro na grama. A praça ao redor do lago estava silenciosa e vazia. Apenas uns poucos indivíduos caminhavam ocasionalmente pela pequena trilha do outro lado. Uma brisa relaxante soprava e ficamos jogando conversa fora aproveitando a tranquilidade. Foi quando entre os turistas, surfistas e outros passantes alguém nos chamou a atenção. Era um molequezinho de pele morena, careca, usando só um bermudão rasgado. Bem, não é uma figura incomum por aqui, mas o que conta é que o pirralho correu alegremente para o lago com lixo boiando e saltou como se aquelas águas escuras como a garganta de Leviatã fossem uma piscina de coca-cola. Depois de mergulhar fundo naquela sopa de esgoto refrescante, quase soltando um chafariz pela boca, ele gritou contente para uns outros três pivetes que vinham chegando na margem, um deles trazendo uma bola puída. Os três também saltaram quase ao mesmo tempo e começaram um barulhento e animado jogo de pólo aquático, ou algo parecido.
Ficamos observando aquela cena surpresos, e logo começamos a rir com as estripulias dos moleques, nem um pouco preocupados com aquela água tão suja que parecia absorver a luz ao redor. Depois de alguns comentários carregados de sarcasmo sobre educação e saúde pública e muitas piadas, deixamos de dar atenção ás crianças e voltamos a conversar sobre coisas aleatórias. Mas quando voltamos a olhar para lago, algo havia mudado.
No lugar de quatro meninos, todos eles parecidos entre si, agora havia oito. Nos perguntamos de onde aqueles outros haviam vindo e voltamos a conversar, mas quando olhamos denovo, contamos e havia dez. Intrigados e rindo muito daquela situação, começamos a ver moleques surgindo nas margens, na grama e pasmem, nas próprias águas sem fundo do lago negro. Havia uma hora em que havia dois times completos se enfrentando, com direito a juiz e torcida. Depois de cansarem da bola, os pivetes brincavam de briga, de atirar a água preta um no outro e até de arrancar a cueca do amigo e lançá-la aos confis da margem mais coberta de mato. Vendo aquela completa creche em seu festim enquanto escurecia lentamente, ficamos tentando adivinhar de onde haviam surgido tantos filhos da cidade de uma só vez, até que falei a frase que por vários meses fez o pessoal que estava lá gargalhar ao ser mencionada: "Pô, mas toda vez que um menino desce nessa água preta sobem dois"
Não sabemos até hoje que tipo de magia urbana ocorreu naquele lugar, mas a lembrança do cortejo de garotinhos de rua brincando não tão inocentemente na imundície permancede gravada em nossas mentes. Fizemos algumas teorias sobre o que havia acontecido ali, se era algo envolvendo os produtos químicos no lago ou se os moleques tinham algum tipo de radar que atraía outros até ali. Nenhuma delas resolveu o mistério do lago negro, que até hoje nunca mais foi visto por mim com os mesmos olhos.
"magia urbana" UHASAUHSASUHASUH
ResponderExcluire os muleques iam se multiplicando... wtf?
ri a lot com esse post!
Muito, muito bom, Marco! =D
HAHAUOEHSHUOAE, adorei o texto! Genialíssimo!
ResponderExcluirAhá, serei a primeira! \o/
ResponderExcluirEntão, como já te falei, o texto tá muito bom... Leve, engraçado... Gostei muito *-* e adorei o relato. Meu ex-namorado tbm se beneficiou das propriedades encantadas do microtietê alagoano :x
Os anos em que ficaram expostos ao sol do meio-dia criou neles uma capacidade mitótica que só seria ativada quando em contato com a podridão absoluta.
ResponderExcluirEssa história é um cRrRRRRRRRássico!
ResponderExcluir= D
Essa história me lembrou Palmeira. Lá tem um açude poluído que além dos pivetes tomarem banho, ainda tem uns que pescam e de vez em quando morre alguém afogado.
ResponderExcluirA parte boa é que eles tem mais anti corpos que a gente u.u xDD
A cidade está repleta de magia urbana pronta para confundir os incautos, é o que eu digo... =P Ficou massa o texto, você devia escrever mais desse tipo! Aposto como não é a única história misteriosa que se passa nos recantos sombrios de Maceió que você conhece, é? XD
ResponderExcluirEu chamo isso de cachaça...
ResponderExcluiruau, ficou realmente muito bom. E que medo hein? Acho que no primeiro par que aparecesse do nada eu já estava longe desse lago, SUHAUSHASUH. XD
ResponderExcluirSADHUusdhasdahUshauddsa
ResponderExcluirAs propriedades ocultas do terrivél lago negro dauhdushasuhashduasd
O comentário da Carol foi o melhor também..
parabéns ótimo texto *-*
Eu não conhecia essa historia -a
ResponderExcluirMas simplesmente AMEI Bardo *-* Você escreve muito bem. x3
Cara, essa água negra me lembra de um conto do Stephen King...essa porra é magia! Nessa cidade já vi: Zumbis ( conheço um pessoalmente ), Gente que acha que é vampiro ( sério mesmo, tem gente que pensa isso kkkkkkkk )...Olha, essa cidade é uma caixinha de surpresas! xD
ResponderExcluirAdorável história. haha ;)
ResponderExcluirGente, que bizarro! Nunca soube que pessoas nadavam naquele lago. Pra mim, mergulhar ali, até agora, pelo menos, era sinônimo de morte certa! E violenta!
ResponderExcluirBem, de duas uma.
ResponderExcluirO vinho subiu co mtudo e causou uma bela viagem psicodélica; ou a preocupação deveria vir não do lago em si, mas de que espécie esses muleques pertencem.
Humanos somente, impossível. Vai que tem um DNA parcial de um aguapé; por que pelo jeito deve ter até lixo radioativo nessa lagoa.
X-men agora não me parece algo puramente fictício agora ...
Ameii esse texto! Parabens!!
ResponderExcluirAcho que as intenções das crianças eram tão sujas que mataram as bactérias do lago!
ResponderExcluirHuahuahuahuau
ResponderExcluirótimo!!!
Aquele lago realmente... Esconde muuita coisa.
Literalmente.
OASJDAIOSDJAOSDJ
HAUHAUHUAHUA história cláaaaaaassica heim?
ResponderExcluirHuhauhauahuahuahuahua Maceió wins!
ResponderExcluirCredo que menininhos mais bizarros, O.o. Ficou muito engraçado o texto, ri um bocado (Se bem que eu rir não é lá uma coisa muito difícil, mas ficou massa). Um deles ficou sem cueca!? - Cristo, podia ter ficado sem essa visão na minha mente...
ResponderExcluirEssa magia tem nome!!!!
ResponderExcluirÁlcool!!!
É isso que dar estar embreagado e querer criar teoria para as alucinações :P