A oficina foi realizada no Cinturão Verde da Brasken, uma pequena área de reserva de Mata Atlântica, que fica no Pontal da Barra aqui em Maceió. Fazia tempo que eu não pisava por lá, mas o lugar não mudou muito, o que não muda o fato de ter sido uma manhã bem agradável. Enquanto esperava a oficina começar no auditório, tirei algumas fotos dos bichos que passeavam ali por perto.
As emas ficam sempre por perto do auditório, e são umas das primeiras a recepcionar os visitantes de lá. Elas são tranquilas mas não me deixaram chegar muito perto. Com o calor que tava fazendo de manhã, elas ficavam bebendo a água que tinha vazado da mangueira que abastecia o tanque dos jacarés e formado uma poça no chão. Aquele viveiro ali atrás é onde elas dormem (eu acho).
Apesar de não fazerem parte da fauna brasileira (eles são indianos) o Ibama abriu uma exceção para os pavões no Cinturão Verde. Eu não imagino bem o porquê de haverem pavões lá, só sei que eles parecem ter de adaptado bem, e os machos dão uns gritos medonhos pra marcar território.
Ahem, voltando á Oficina, ela teve início por volta das 10h com duas palestras bem interessantes: a primeira foi do Fabrício Ângelo, que é Mestre em Ciência Ambiental pela UFF e passou um histórico breve mas muito interessante do Jornalismo Científico e Ambiental, além de algumas dicas para quem pretende atuar na área. A outra foi do Reinaldo Canto (que estou seguindo aqui no blog), que entre outras coisas já foi diretor de comunicação do Greenpeace Brasil e trabalhou no Instituo Akatu. Ele falou sobre a Sustentabilidade e sua abordagem na mídia, usando como exemplo suas próprias experiências na área, além de acrescentar mais pontos importantes para a atuação de um Jornalista Ambiental.
Durante o coffee break (yahhr, comida xD) aproveitei para explorar um pouco mais o local e tirar umas fotos dos macacos (que como estavam dentro de um viveiro e não paravam quietos não saiu nenhuma foto decente) e do tanque dos jacarés de papo amarelo:
Além desse casal muito simpático, que ficou o tempo todo de boa na lagoa, tinha pelo menos uns quatro filhotes no tanque, sempre vigiados de esguelha pela mãe (a jacaré de cima).
Na segunda parte do evento, tivemos mais duas palestras: começando pelo Emanuel Mendonça, Presidente da ABES Bahia e Superintendente da empresa Renova Energia, que trabalha com energias renováveis: a energia eólica e as PCHs, uma espécie de usina hidrelétrica em escala bem menor e impacto ambiental reduzido que foi o tema da apresentação. Finalmente, a última palestra foi do Romildo Guerrante, Jornalista há 40 anos que falou sobre suas experiências na profissão, inclusive contando alguns casos bem interessantes da época da ditadura.
Terminadas as palestras, conversamos com o Mário Calheiros, que realiza um trabalho bem legal por lá com hidroponia, uma técnica de agricultura que permite um gasto de água bem reduzido, usando gotejamento no lugar da irrigação tradicional. Ele também falou sobre seu trabalho com apicultura e com o própolis vermelho, um produto exclusivo aqui da região.
No final, ainda fizemos um pequeno passeio pela trilha mais curta da área do Cinturão, em meio á vegetação nativa e animais como cutias e saguis. O Sr.Mário, que guiou o pessoal da Oficina, falou que a trilha mais longa está temporariamente inutilizada por ser a época de reprodução de muitas das aves do local. Inclusive, ficamos sabendo que diversas aves não nativas da área da reserva, incluindo aves urbanas como urubus, estão usando a área para fazerem seus ninhos! Outra coisa curiosa que descobri é que o Cinturão não era ao ser criado uma área de Mata Atlântica que foi preservada, e sim uma área de favelas que foi desocupada e reflorestada. Isso aconteceu há 20 anos e hoje a Braskem estima que receba 15.000 visitas anuais.
No início da trilha, uma árvore foi plantada pelo Sr.Mário, que explicou o processo de plantio na área do Cinturão (mais umas tantas outras iam ser plantadas nos próximos dias em homenagem á semana do Meio Ambiente). A muda foi dedicada a registrar a realização da Oficina...